25 de out. de 2017

Por puro medo de dar certo...


Eu gostaria de te dizer que ainda fica meio estranho te encontrar. Não sei explicar, mas te ver me remete a dois momentos: os bons e os ruins.

E esta mistura de emoções atrapalha eu te dizer "olá, tudo bom?"

Eu sei que pode parecer bobo, mas nós tínhamos uma ligação muito conectada, nos falávamos todos os dias, você sabia de todas as minhas histórias fracassadas com os caras e eu sabia de tudo o que você fazia da sua vida amorosa.

Acontece que isto era um hábito e para mim era um dos bons. Foi quando tudo se perdeu. 

Lá no começo, quando você propôs termos apenas um relacionamento divertido, baseado em beijos, afetos, afagos e amassos...e eu relutei, jamais pensei em nós desta forma. Você era o meu amigo. Aquele cara mais velho e maduro que sabia bastante sobre a vida e que tinha uma visão realista sobre amar.

Ai vieram minhas dores, emocionais, aquelas que nem quero comentar para não voltarem...e você se mostrou tão solícito, tão disponível para mim que eu comecei, pela primeira vez, te ver como homem. Não, não é isto, risos...sempre te vi como um homem, mas nunca como sendo o meu homem.

Sua aproximação, vontade de estar comigo, cuidado, afeto, fez com que eu me permitisse vivenciar algo novo que era se envolver com alguém que eu não gostava amorosamente falando.

É estranho ter um caso com alguém que a gente sabe tudo, inclusive os detalhes mais sórdidos...rs

De repente, tudo mudou! As conversas longas e intermináveis nas redes sociais se transformaram em "bom dia", "boa noite" e nada mais. Te visitar de surpresa significava atrapalhar seu trabalho, pedir para me visitar era o mesmo que pedir você à forca...era a morte. 

Mensagens sem respostas. Tenso. Foi muito tenso, porque na minha cabeça algo estava acontecendo por minha causa, mas a verdade é que eu não tinha feito nada, ou melhor, tinha - acessei um lado seu que talvez ninguém conheça. Me conectei com suas vulnerabilidades de forma visceral, de forma que você se sentisse despido sem tirar uma peça de roupa.

Meus sentimentos por você migram...tem horas que penso que jamais conseguiremos voltar ao que era e outras que imagino estarmos num recomeço. Não te amo, se falasse isto seria golpe baixo (e mentira), mas admiro o ser humano forte e ao mesmo tempo vulnerável que encontrei debaixo das fardas...

Independente do que for espero que seja o melhor para os dois. Não quero que eu seja mais uma das pessoas que você inclui como arrependimentos de não ter evoluído na relação...

Se eu tivesse coragem de te mandar este texto eu diria que me ignorar ou tratar com desdém só fortalece a teoria de que você foge da felicidade e que isto é algo rotineiro em sua vida. 

Eu poderia, se você me permitisse, ser a pessoa que te faz sentir renovado todos os dias e não só casualmente. Eu poderia ser aquela que além de te dar deleite, daria atenção, colo, cafuné, café e todo amor que você ainda não viveu...por puro medo de dar certo!



7 de mar. de 2017

Água e óleo

Nossos corpos não se conhecem
Se imaginam
Não se misturam
Se encontram
Nossos corpos se perdem
Mas relutam
Relutam por não conhecer ao certo
E se é certo
Os nossos corpos mentem o que sentem
Mas em sonho a gente se encontra

(algum mês de 2005-encontrado num caderno qualquer)



  © Blogger template Werd by Ourblogtemplates.com 2009

Back to TOP