13 de jul. de 2016

Alguém, não eu!

Que me traga o pão.
Que reclame da altura do som.
Que fale que to demorando no banho.
Alguém, não eu
Que aceite a diferença, mesmo que seja difícil entendê-la.
Que conviva para falar quem sou.
Alguém, não eu
Que troque o sifão do tanque porque eu não gosto de fazer isto.
E arrume um buraquinho que fiz quando coloquei o lustre.
E dê um jeito no emaranhado de fios que estão atrás do rack da TV.
Alguém, não eu
Porque eu tenho bastante.
Porque independência já conquistei.
Porque resolver, já resolvi.
Agora quero é emaranhar, enrolar, complicar o simples ou apenas do muito, já que reclamei muito do pouco.
Alguém, não eu.
De mim já sei.
Do outro, não sei
Alguém, mais eu.

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