6 de mai. de 2014

O colo essencial...

Ela deixou tudo preparado.
Amigos. Cachorro. Confidentes. Bons ouvintes.
Dividiu seus dons e sabedorias entre várias pessoas para quando eu precisasse dela fosse só juntá-los num mesmo local que ela se faria presente.

Foi inteligente. Do começo ao fim.
Sabia que a partida seria um alívio, para ela.
Sabia que a partida seria uma tristeza, para nós.
E por isso sempre que possível ressaltava os benefícios do seu tchau (como se isto fosse assim, como conta de matemática).

Eu utilizava argumentos não muito lógicos, confesso, para fazê-la ficar só mais um pouquinho. Usava o apelo emocional, dizia que ela ir embora sem esperar pelos meus filhos seria uma desfeita tamanha, principalmente por ela ter conhecido os filhos das minhas irmãs...(aquelas crises típicas de ciúmes, mas neste caso era subterfúgio).

E ela só dizia: " - Então resolve isso logo!" e ria.
Eu sabia que era uma forma dela rir e uma maneira de dizer o quanto meu amor egoísta exigia a sua presença.

Juntando todas aquelas pessoas que ela distribuiu seu dons encontro um pouquinho dela e agradeço por aqueles que aceitaram receber seus dons.

Passado alguns anos ainda me pergunto o que ela me diria para fazer agora ou será que ela me apoiaria nas decisões atuais. As respostas nem sempre são claras, mas normalmente volto àquele tempo em que ela estava aqui do meu lado e imagino sua resposta.

Meu maior presente sempre será lembrá-la.
Dizer, ou melhor, gritar para a maior quantidade de pessoas a sorte grande que tive em encontrá-la e a sorte dela ter aceitado a tarefa de ser minha mãe.
A saudade será eterna, mas sempre com um sorriso infinito assim como o seu!

Partir não dói. Ficar me parte.



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