25 de dez. de 2007

50%

Poesia seria demais para você
Porque escrevo quando sinto inspiração
E você não me inspira
Você me desespera
Me chateia
Me irrita!
Me tira do sério
Me incompleta...
Consegue ser mais inconveniente do que qualquer outro que já conheci
Toma atitudes pela metade
Diz coisas sem definição
Decide não decidir
Se fizesse isto tudo por si
Sem comprometer a mim, tudo bem
Mas não!
Você me coloca nas suas metades
Nas suas dúvidas
Nas suas incertezas
Inseguranças
E isto é egoísta.
Se você vive pela metade
Seja feliz assim
Ao meio
Mas sem mim
Não sou mulher de metades
Ou de pouco
De pouco homem
Que não banca nem aquilo que diz querer
Que não banca a própria vida
E nem seu próprio relacionamento
Que vive numa fachada
Numa vida boa, mas de mentira
De meias verdades
Meios sentimentos
E meios amores
Guarde este seu meio amor
Para uma meia mulher
Que não só aceite
Como seja deste jeito que você quer
E que aceite o pouco que você tem a oferecer
Porque sempre você terá outros 50% guardados
para dar a outro alguém que não seja ela
Feliz 50% para você!!!

23 de dez. de 2007

30

30 são os anos que acabo de completar…
São 30 dias no mês
São vários trintas todos os dias
Trinta minutos para acabar o jogo
Trinta segundos para ir embora
Trinta vezes gritar eu te amo
Trinta lágrimas caídas pelo rosto
Trinta últimos minutos no cartão telefônico
Saber que a trinta minutos atrás as coisas seriam diferentes
Saber que nem com trinta vidas a gente se encontrará novamente
Aguardar trinta minutos para ser atendido numa central de atendimento
Os trinta últimos minutinhos antes de sair da cama
Minha vida num trinta sem fim
Muita coisa passou
Muita gente ficou
Muitos amores perdi
Muitos amigos se perderam
Vivi e vivo como se hoje fosse um trampolim para o amanhã
Hoje aos meus trinta venho agradecer
Meu amor incondicional a todos que sempre andam em meu coração
A todos que de alguma forma vêem em mim uma luz
A todos que não desistem
A todos que sorriem quando querem chorar
A todos que perdoam
Estes trinta podem ser mais trinta
Não sei
Mas serão bem vindos todos eles
Cada ano
Um dia de cada vez
Assim como aprendi
Assim como pode ser
Despedindo de todos aqueles que fraquejam
Por todos os perdedores
Não porque perderam
Mas porque não tentaram
E não tentar é pior do que perder
E por conta disto, são covardes
Mais de trinta linhas
Mais de trinta palavras
Mais de trinta amores
Mais trinta madrugadas

19 de dez. de 2007

+1 = -1

E na lista dos meus amores muita gente passou
Uns ficaram marcados
Outros passaram correndo
E outros fingi que nem na lista estavam...
Hoje mais um da lista vou ter que riscar!
Avisou com um ar maroto de que seu coração estava ocupando lugar de alguém
e que este alguém também ocupava um lugar no seu coração

Na lista ele estava como um dos meus prediletos.
O da lista de estrelas como os mais favoritos.
E agora tenho que tirá-lo de lá.
E o pior é que não tenho quem colocar no lugar, pois ele ocupou um espaço que ninguém mais conseguiu.

Vou jogar esta lista fora.
Mais um, menos um
Está parecendo matemática
Só que sem lógica
Eu incluo pessoas e fico sem nada.
Como uma soma dá menos?
E sem lógica e nem razão pego a lista de amores, olho mais uma vez e jogo no latão!
Para que contabilizar meus amores se no final não fico com as flores?

k.c.c

17 de dez. de 2007

O gosto daquilo que não provei

Um copo de vinho
Uma taça de champanhe
Jantar a luz de velas
Um doce com nome estranho
Você me deseja…
Nosso futuro não tem nada de promissor
Gosto amargo
Dissabor…
Insisto!
Não deixo sobras
Não deixo bordas
E nem restos deste ano para o ano que vem.
Não fico na dúvida
Uma fruta diferente
Nossos corpos quentes
Eu, seu tipo
Você não sabe
As taças se quebram
Na boca, champanhe
No chão nossas roupas
No toque, faísca
Fumaça
Graça
E mesmo com regras e reservas
Dou uma pista
Deixo acontecer
O café fresquinho
Apostas com todas as fichas
Cartas na mão
Sem mais nada para jogar
Fico nua na sua frente
De novo nas sua mãos!
Um paladar aguçado
Queimo minha língua
Um gosto amargo
Xícaras de porcelana chinesa
Guardanapos de papel
Escritas a caneta
Num quarto de motel


k.c.c

14 de dez. de 2007

A impunidade veste caras...

Há alguns anos atrás meu carro foi roubado.
Levaram o carro, mais de 30 CDs originais, o meu celular entre outros itens.
Além do susto (por ser de mão armada) levaram um pouquinho da minha segurança de viver em SP.
Comprei outro carro.
Outro dia, meu pai foi enganado no golpe do carro quebrado.
Disseram que a peça estava quebrada e que o seguro não cobria, ele não sabendo do que realmente se tratava pagou aos caras o valor da peça (peça esta que nunca quebrou)...
Levaram um pouquinho da confiança que meu pai deposita nas pessoas.
No ano passado, levaram meu som do carro...precisaram cortar os fios da bateria, furar a porta do carro e arrancar um pedaço do painel, tudo isto para levar o som e vendê-lo por R$ 5,00.
Levaram economia de meses.
Uma blusa nova que comprei foi manchada pela moça que trabalha em casa, fui questiona-la e ela disse que eu havia comprado com defeito. Não sabia que cândida era considerada defeito de fábrica.
Acho que sua dignidade está valendo menos do que deveria.
Um senhor parou-me na rua para pedir ajuda na compra de seus remédios, não tinha dinheiro naquele dia e acabei não contribuindo para sua saúde.
Faz quatro anos que este mesmo senhor pede dinheiro com a mesma receita que já está suja e amassada.
O respeito ao próximo ficou longe da casa daquele senhor.
Outro dia um cara me convidou para sair.
Achei um ato estranho vindo daquele tipo de cara que finge ser o "bonzão", mas que a gente vê de cara o quanto falta para acreditar em si.
Ele fingiu que não era com ele quando mandei e-mail confirmando o convite.
Sei quem perdeu. Podia ter ficado brava, chateada ou magoada, mas agradeci e até ri: um cara destes não respeita nem a si, como ia respeitar a mim?
Meu pai caiu em mais um golpe: o do sequestro...saiu correndo sem saber onde estava para depositar o valor que os caras queriam por minha causa...
Não levaram dinheiro algum, mas meu pai está com medo de andar nas ruas!

A impunidade não tem cor, não tem dia, não veste uma roupa específica.
A impunidade vive aqui, ali, na sua rua, na sua casa, não tem endereço.
Você não precisa participar dela se não quiser é só fazer sua parte...relevando em alguns casos, rindo de outros, não contribuindo em mais alguns e sendo o oposto de todos estes casos que contei.
Para fazer isto, é simples, basta ser humano!

k.c.c

13 de dez. de 2007

Sua, nossa ou minha

Estou usando a sua camisola
Aquela preta...
A camisola que comprei para passarmos a nossa primeira noite juntos.
Lembro que olhei e provei várias, mas era ela a nossa camisola: curta, sexy e de seda.
Parecida com a gente...
Com você não foi diferente: olhei e provei vários, mas era você quem eu queria.
E embora eu tenha guardado-a para você, gostei de usar sozinha!
Na verdade agora eu uso para mim e sabe que ela se adaptou muito bem?
Eu tinha deixado ela guardada assim como nós dois: numa gaveta especial onde ninguém mexe.
Naquele lugar lindo onde fantasiamos nossa realidade, onde os dias são mais bonitos, onde você me ama e nós vivemos felizes para sempre!
Só que te deixei muito tempo lá e comecei a acreditar na fantasia, na nossa fantasia!
Comecei a achar que a nossa vida estava lá e que lá era a vida de verdade.
Foi num belo dia destes que decidi abrir a gaveta.
E sabe o que eu notei?
Só tinha uma camisola curta, sexy e de seda.
Ela já nao me dizia nada, só queria que eu a usasse e acabasse de vez com o mito.
E sentindo a sensação de prisão dela estou eu aqui com a minha camisola preta.
E no final das contas sabe a que conclusão eu cheguei?
Aquela camisola não combina com você...

k.c.c

12 de dez. de 2007

A flor do meu jardim!

Ela sempre foi doce
Tinha os olhos claros
Pele clara
Seus cabelos já grisalhos eram como uma nuvem

Tinha uma fala calma, tranquila e pausada
Transmitia equilibrio e amor
Conseguia dizer em poucas palavras
Tudo aquilo que precisávamos ouvir

Seu nome era de uma flor
Assim como ela
Meiga, frágil mas firme

Seu sorriso era contido
Sua paz era imensa
Sua paciência sem fim

Sua lembrança será eterna
assim como meu amor por ela

Seu nome era Daisy!
uma margarida
que veio florescer lá no jardim de casa

Nasceu para iluminar nosso lar
Para enfeitar nossos dias
E fazer crescer a nossa vida

De tudo o que aconteceu
Só uma coisa me entristece
Muitas pessoas nao puderam tê-la por perto

Sinto-me honrada embora as vezes entristecida com sua ausência
Mas se ela esteve ao meu lado por tanto tempo, significa que sou especial também
Não é todo dia que seres especiais envolvem-nos de amor

E por conta de tudo de bom que ela me deu
Decidi dar de presente a ela esta singela homenagem!
Um texto, uma poesia, nao sei
Mas é um presente em forma de palavras!

k.c.c



11 de dez. de 2007

A procura de espaço

Me sinto presa!!
No meio de palavras que eu mesma escrevi.
Esta prisão me sufoca e por mais que eu queira me desvencilhar
elas estão alicerçadas dentro de mim...

Tento fugir de mim mesma, mas acabo no mesmo dilema.
Nas mesmas prisões e sensações.
Não sei onde coloquei a chave, mas não me sinto mais em zona de conforto.

Aliás, qual é o conforto?
Que conforto é este que me deixa tão desconfortada assim?
Que história foi aquela que me contaram?
Que convicção foi aquela que me fez seguir até agora?

Estas mesmas palavras desconfortantes são as que
me aprisionam na zona de conforto.

Não me reconheço mais no espelho e nem em minhas fotos...
Meu rosto não me diz mais quem sou, porque nem eu mesma sei quem sou
E tenho tantas coisas para saber, que saber quem sou ficou de lado por um tempo
E agora ao retornar e me procurar achei alguém que nao cabe mais em mim.

Este confronto me trouxe para outro universo
e sem galáxia vago a procura de um novo lugar no espaço

k.c.c

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