26 de mar. de 2009

Das formas geométricas

Sabe aqueles jogos educacionais infantis que a criança tem que encaixar a peça geométrica na caixinha que tem o formato igual?
Triângulo com triângulo, círculo com círculo, retângulo com retângulo?
E a criança tenta, tenta e depois de muita dificuldade consegue o encaixe perfeito e fica toda orgulhosa pelo que conseguiu?
Pois é, muitas vezes me sinto como uma daquelas crianças que ficam insistindo em colocar a peça quadrada na lacuna triangular e ainda querer que ela caiba sem sacrifícios...mas nem sempre fico orgulhosa!
Só que no meu caso não são as peças geométricas que eu tento acomodar.
Eu sempre quero colocar as pessoas nas caixinhas que eu aprendi que existem, porém existem muito mais caixinhas do que nossa inteligência reconhece.
E se por acaso a caixinha que eu criei especificamente para determinada pessoa não serve para ela esta pessoa não serve mais para mim.
Não existe mais valor e eu simplesmente largo tudo: a caixinha e a pessoa.
Mas quem disse que só existem as minhas caixinhas?
Nem tudo tem a forma perfeita, não somos como massinha de brincar que podem ser moldadas e colocadas em qualquer caixinha.
E o grande barato da vida está mesmo ai, nesta troca de caixas e figuras, nesta mistura de formatos e cores...se tudo fosse muito igual, não haveria o complemento e por fim não haveria a flexibilidade ou inflexibilidade das pessoas.
É chato encontrar apenas quadrados quando procuro círculos, mas até onde definiram que os círculos são melhores que os quadrados?
Aprendi o que é certo e o que é errado e levo tão a sério que esqueço da liberdade de expressão e por que não a liberdade geométrica?

Temos que aprender de uma vez que nem tudo é tão quadrado como se parece e que nem todas as formas são conhecidas por nós e para isto existem uma palavrinha mágica: humildade!

23 de mar. de 2009

A dor é minha, mas a culpa é sua

As pessoas camuflam suas dores. Fingem que nada aconteceu.
Ninguém quer saber o que aconteceu ou se aconteceu.
A dor é sua e ninguém mais sabe. É feio sofrer, é cafona chorar, pega mal...
"Não posso demonstrar fragilidade, o que vão pensar no meu serviço? Na minha casa? Na academia? Ou onde quer que seja?"
Não é nobre ou fino se sentir mal, isto é coisa de gente fraca.

O sentimento foi banalizado.
As pessoas se banalizaram.

O mundo se tornou: "ado, ado, ado...cada um no seu quadrado"

Que quadrado mais estranho é este que não permite conversas (somente as superficiais), que não permite telefonemas (somente para fofocas), que não dá atenção (a menos que seja algo vantajoso a alguém), que não ouve ao próximo e nem ao certo sabe quem é o próximo?
Então por que não endereçar a dor?
Por que não dizer a dor é minha sim, mas a culpa é sua.
Sua por não ter dito o que devia na hora certa.
Ou por ter permanecido na minha vida tempo suficiente para eu gostar e coragem insuficiente para contar que na verdade só estava passando um temporada e que o nosso tempo já tinha acabado?
Ou então por se omitir!!!
A culpa é de quem falhou, de quem não soube ouvir ou de quem não sabe amar.
Como alguém pode nos magoar e eu não podemos dizer nada?
Eu não podemos falar - eiii voce me magoou!
Não podemos questionar?
Ficamos no vácuo da dor e da omissão de outrém?
Temos que engolir a seco?
Só porque isto é normal?
Porque a normalidade hoje em dia é simplesmente passar por cima dos outros?

Porque estamos acostumados a isto e sabe como é né? É melhor deixar para lá do que se indispor...

Se for assim, prefiro me indispor com o outro do que passar anos doente indispondo-me comigo!

19 de mar. de 2009

Contagem

Tantos...
Quantos
Muitos, vários
Por um somente
Em mente
Na minha
Ou sua?

Unicamente
Apenas
Para mim
Sim

17 de mar. de 2009

Sem tinta

O papel é branco, novinho
Pronto para ser escrito
Não tem vícios
Não tem histórias
Não tem passado
É liso e vazio
Para ser preenchido

Mas veio a chuva e molhou
Passou o Sol e queimou
E por fim o vento que o levou...

Custava esperar pelo menos eu escrever?

14 de mar. de 2009

O elo ainda é mistério

Difícil descrever
Pois nem sei quem é você
Sua essência apareceu aqui em mim
Mas o elo ainda é mistério
E o motivo?
...

Cada detalhe
Vai se construindo
Com o tempo
Com o vento
E com a ausência
Que fez da nossa amizade, intensidade

Verdade seja dita
Esta historia é meio esquisita
Em meio à multidão
Sobressaímos na erupção

12 de mar. de 2009

Os olhos dos outros

Para mim pode ser claro ou escuro. Não importa, desde que me olhe nos olhos.

Para mim tem que ser sincero, não importa que não seja nos olhos.

É, pensando bem, olhos tímidos que pouco me encaram, também me seduzem!

Os olhos profundos me deixam sem jeito e não me fazem pensar

Mas não é a sedução que me encanta agora. É o que os olhos dos outros veem.

Eles veem aquilo o que eu não posso alcançar, nem mesmo imaginar, mas mesmo assim tento...

Eu sempre tento!

Porque tudo aquilo que eu não vejo, eu imagino. É como um mundo paralelo...

Talvez não seja paralelo, mas com toda certeza não é o meu mundo.

Porque meu mundo só os meus olhos podem ver.

E eles sim é que sabem me dizer o que os olhos dos outros vêem.

Talvez eles me enganem, talvez me alertem, mas o fato é que meus olhos sempre me dizem algo...

E me dizem com tal intensidade que eu nao consigo deixar de senti-los

Eles me envolvem e me olham sem julgamentos ou críticas

E os olhos dos outros?

Me seduzem, me encantam, me sugam e me desvendam.

Me descobrem no seu mundo, no mundo dos olhos dos outros.

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Texto feito por olhos meus e dos outros.
Minha e da Mari (http://temferias.blogspot.com/).

1 de mar. de 2009

Na terra

Meus pés estão presos na terra
Por mais que eu queira voar não consigo
Algo me avisa e grita dentro de mim que não adianta correr atrás das velhas borboletas
Pois elas não estão lá
Elas só caminham por onde o sino toca
E por onde o vento diz sim
Tentei voar, eu juro, mas não consigo
Por mais que a viagem seja pequena, meus pés estão presos à terra
Tentei impedir com que eles afundassem, mas agora é tarde
Meu nível de lucidez subiu demais

Quero voar
Um dia quem sabe
Quando souber menos e viver mais

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